terça-feira, julho 13, 2004

LIVE AID: foi há 19 anos



O festival de música que marcou a nossa infância realizou-se há 19 anos. Estou a falar-vos do Live Aid. A partir de uma ideia de Bob Geldof (Boomtown Rats) e Midge Ure (Ultravox), este foi o festival que nos prendeu à TV durante largas horas. Na ausência de programas de telediscos, de estações televisivas de música, esta foi a primeira oportunidade de vermos os nossos ídolos ao vivo... e a preto-e-branco, no meu caso.



A história do Live Aid começa uns meses antes com a canção Do They Know It's Christmas. Depois de ter visto as imagens que horrorizaram o mundo - seres humanos a morrer de fome na Etiópia - Bob Geldof juntou-se a Midge Ure e ambos decidiram compor uma canção que seria interpretada pelos maiores nomes da música britânica da altura, entre os quais estavam nomes como Sting, Phil Collins, George Michael Bono, Duran Duran, Culture Club, Spandau Ballet e Bananarama. O objectivo era simples e grandioso ao mesmo tempo: angariar fundos para ajudar as vítimas da fome na Etiópia. Surgiu então o single Do They Know It's Christmas, que foi fenómeno mundial de vendas (8 milhões de libras) e é ainda hoje tema obrigatório na época natalícia.

O sucesso de DTKIC deverá ter incentivado Geldof a pensar mais alto. Havia que aproveitar a generosidade da música e só ao vivo ela poderia, com toda a sua força, fazer alertar o mundo para um problema tão real como distante. Decidiu-se então organizar um concerto que congregasse o que de melhor a música tinha nos anos 80. Foram escolhidos dois palcos - o Estádio de Wembley, onde teria lugar o desfile de artistas britânicos, e o Estádio JF Kennedy, em Filadélfia, onde os artistas americanos actuariam para o mundo. Esta regra não se aplicou na perfeição pois, por exemplo, os Duran Duran actuaram no palco americano.

Phil Collins foi o único artista que actuou nos dois palcos. Entrou no palco de Wembley às 15.18 para tocar com Sting durante cerca de meia-hora. Depois apanhou o Concorde para Filadélfia. Durante a viagem foi entrevistado em directo para a BBC, enquanto Carlos Santana actuava no Estádio JF Kennedy. Entrou no palco americano à 1.00 da manhã (hora inglesa) para cantar Against All Odds e In The Air Tonight.



Aqui encontram um quadro detalhado das actuações, horários e músicas interpretadas. A avaliar pela reacção do público e da imprensa da altura, as actuações mais conseguidas foram as dos U2 e dos Queen com Bono e Freddie Mercury em grande forma.

O Live Aid, nas suas duas vertentes, arrecadou cerca de 40 milhões de libras, dinheiro que foi canalizado para a ajuda aos mais necessitados em África. É claro que este evento não resolveu o problema, mas pelo menos aproximou-nos daqueles que até então eram "invisíveis" aos olhos do mundo desenvolvido.

Para mim, o Live Aid foi um momento mágico em que pude ver pela primeira vez os meus ídolos da música tocar ao vivo. Desde os U2 até aos Simple Minds, passando por Duran Duran, Nik Kershaw, Paul Young, Madonna, enfim tantos! Foi também o da desilusão de ver uma das minhas bandas preferidas da altura cancelar a sua participação - os Tears For Fears - ou de não poder acompanhar a parte americana do concerto até ao fim porque a minha mãe não deixou (o concerto acabou às 4 da manhã)!

Acreditando nesta notícia, lá para o Natal teremos finalmente a edição em DVD deste festival.

Convido-vos desde já a deixarem nos comentários as vossas memórias deste dia!

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